sexta-feira, 25 de maio de 2007

FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA CAMINHAM A "PASSOS DE CÁGADO"

* Plano de energia alternativa alcança apenas 26% da meta

O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) caminha a passos lentos.

Criado no fim do governo Fernando Henrique, em abril de 2002, o programa completou cinco anos com apenas 26% de seu objetivo cumprido.

A meta original estabelecia que até 2006 haveria uma capacidade instalada de 3,3 mil MW em fontes eólicas, de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e de biomassa.

Até agora, a capacidade instalada atingiu apenas 860,6 MW.

O governo Lula estendeu o prazo para o cumprimento do objetivo até 2008 e ajustou o programa para evitar a concentração regional dos projetos. No desenho inicial, o Ceará ficaria com 95% das usinas eólicas, Minas Gerais, com a maioria das PCHs, e São Paulo, com as de biomassa.

"O processo demorou porque tivemos de aperfeiçoar a lei e as regras", diz Laura Porto, diretora do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério das Minas e Energia e coordenadora do Proinfa.

Ela assegura que, agora, o programa vai deslanchar, com investimentos previstos de R$ 9 bilhões. Já existem quase 1 mil MW em construção e outros 600 MW engatilhados, informa Laura.

A meta original previa que os empreendimentos deveriam gerar 1.100 MW em cada uma das matrizes energéticas.

O setor de biomassa foi o que mais se aproximou das metas, com uma capacidade já instalada de 465,9 MW. As eólicas instalaram 208,3 MW e as PCHs, 186,4 MW.

Mas o interesse pelas pequenas centrais e pelas eólicas aumentou muito. "Todas as semanas recebemos visitas de investidores internacionais interessados no portfólio de PCHs", diz Nelson Siffert, chefe do Departamento de Energia Elétrica do BNDES, principal parceiro do Proinfa.

No caso das usinas eólicas, o programa começa a atrair empresas estrangeiras que fabricam equipamentos. A Argentina Impsa e a alemã Fuhrländer já estão iniciando operação no país.

Até agora, apenas a alemã Wobben Windpower, com sede em Sorocaba (SP), atuava na produção do equipamento completo, das pás às torres. O potencial eólico brasileiro é estimado em 143,4 gigawatts (GW), o equivalente a dez usinas de Itaipu.

(Valor Econômico - Sinopse Radiobrás)

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